segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Psicologia do Desenvolvimento( Peça de Nelson Rodrigues)

Nelson Rodrigues, um grande escritor brasileiro, escreveu uma peça intitulada Perdoa-me por me traíres, que é classificada como uma tragédia carioca, que retrata a história de uma adolescente de dezesseis anos de classe média.  Glorinha era criada dês de criança pelo Tio Raul, irmão de seu pai, e por sua esposa Tia Odete, porém essa era uma louca que apenas murmurava algumas palavras. A moça acreditava que sua mãe tinha se suicidado, ela admirava o ato da mãe que partir enquanto era bela e cheia de vida em seu esplendor, com a morte de sua mãe seu pai enlouquecera e passara a viver em uma casa de repouso.  Sua melhor amiga era Nair, moça bonita, muito inteligente, namoradeira e moderna para a época.  Essa vivia cabulando a aula para ganhar dinheiro em um bordel de Madame Luba, que tinha uma casa só de adolescentes para políticos e pessoas ricas da sociedade carioca. 
Assim inicia a peça com Nair chamando Glorinha para conhecer Madame Luba, que o negocio é batata, que ela vai gostar. Glorinha se arruma toda e se diz muito curiosa e interessada em ir, porém no meio do caminho entra em pânico ao lembrar do Tio, ela diz que o tio nunca permitiria, que tinha de ir para casa, que o Tio só a deixa ir de casa para o colégio e nada mais. Que ela tem muito medo do tio, e se ele descobre, ela a matava. Nair diz que isso é bobagem que ninguém irá saber, a arrastando a casa da Madame Luba. Glorinha titubeia a aceitar a proposta de Madame, Nair a convence dizendo que aquele medo todo dela era mentirá, que no fundo ela queria:
Nair- Que máscara é essa?
Glorinha- Por quer Máscara?
Nair- Máscara sim senhora! (…) E aquela farra que nós fizemos, nós duas.
Glorinha- Sei lá de Farra!
Nair- No carnaval, esse que passou! Madame, fomos com uma turma ao apartamento de um cara. E lá, sabe como é: bebemos, pintamos o caneco. A Glorinha estava com uma fantasia sem alça em cima da pele! Veio um engraçadinho e , pela costas, te puxou o fecho ecler até embaixo. Ficou pelada, Madame.
Glorinha- Eu estava de pileque  Madame! Tanto que nem me lembrava. (…) Olha até agora não passei do beijo.  (RODRIGUES, 2003,p.786)

           
Algo interessante de retratar-se nessa peça são as vestimentas de Glorinha ,sempre de menina: com vestidos, sais rodadas. Ao início observasse o seu pudor e temor quanto a sua própria sexualidade, que aflora intensamente e ela nega sua existência, dessas pulsões que a assalta de rompante, mas Nair lhe apresenta esse desejo na sua cara, ela nega dizendo ser mentira da amiga. Nesse Tio de Glorinha encontramos todo um investimento libidinal, próprio da adolescência que re-edita esse complexo de Édipo, frente a essa figura paterna, tão desejada e repugnada pela culpa, devido a lei.
Logo em seguida chega o deputado, vizinho de Glorinha que deseja ter com ela, Madame Luba ameaça chamar o Tio da jovem se ela não encontra o deputado explicando que não vai ocorrer nada, e ela ganhará muito dinheiro. O deputado é DR. Jubileu um homem já idoso.  Ao fica sozinha com o deputado Glorinha entra em pânico, com aquele homem a agarrando, ela pede que ele a solte, ela a agarra com mais força e começa a berrar : “As duas modalidades de eletrização que podemos observar nos corpos correspondem às duas espécies de carga elétrica encontradas no átomo. (mudando de tom, num apelo soluçante) Não se mexa: fique assim!”(RODRIGUES,2003.p.789) Glorinha repele o deputado, em gritos de ira diz que quer ir embora, que ele é louco e sujo. Ele explica que o que ele fala é pura física que ela basta ficar quietinha enquanto ele fala. Ela não aceita. Então ele chama o funcionário de Madame Luba, Pola Negri para segurar a menina enquanto ele realiza suas fantasias sexuais. Ela fica totalmente presa enquanto, o Pola fica a repetir que ela adora o deputado, o deputado continua a repetir suas lamurias da física, até : “ Finalmente, o DR. Jubileu cai de joelhos, porque alcança o máximo da tensão. Assim de joelhos, mergulha o rosto nas duas mãos e tem um soluço interminável, grosso como um mugido.” (RODRIGUES,2003.p799). Nesse momento Glorinha é liberta que cai sobre uma cadeira em prantos.
Nessa cena é bem claro, esse encontro com o real do sexo, que é na verdade um desencontro traumático. Esse real paralisa Glorinha, essa se ver sem reação, tomada pela angustia, ela se debate contra essa cena, do buraco ao qual ela se ver frente à frente e não consegue simbolizar, representar. Esse real que se configura na imagem do deputado, tomado pelos efeitos do real no corpo da velhice, que está a se decompor, perdendo sua virilidade e vigor.
            Depois de Glorinha e Nair sair da casa de Madame Luba, Glorinha afirma que não ocorreu nada demais, mas que não sabe tem medo, muito medo, e sente o mesmo quando ta namorando, sente um terror dentro dela. Nair diz que ela tem medo é do tio, Glorinha afirma que sim que teme o tio, e que pensa nele em tudo que ela faz. Nair conta que está grávida, que tem de ir a um médico para tirar a criança, pede que a amiga a acompanhe. Glorinha diz que não pode por causa do tio, mas termina indo. Nair diz que tem medo de morrer sozinha, e que antes de morrer quer ser beijada, pedindo que Glorinha der esse beijo se ela for morrer. Durante o procedimento médico Nair perde muito sangue, diz estar fraca, grita que vai morre, Glorinha começa a chorar, e diz que tem de ir embora, o médico manda que ela vá embora, Nair suplica que ela fique e lhe beije. Glorinha grita qaunto sangue, num berro diz não me falem em morte e vai embora.
            Logo em seguida encontramos essa aproximação da sexualidade com a morte, dessa amiga que a convida a partilha esse prazer do além do principio do prazer, de se viabilizar por outra via que não a do desejo, mas desse gozo advindo da pulsão de morte. Porém frente a esse real novamente Glorinha foge dele, tenta escapar a todo custo. Buscando no Tio, essa lei que impossibilita esse gozo, colocando uma barra no campo do Outro.
            Ao final da peça, o Tio Raul descobre do aborto da amiga de Glorinha, e que essa tinha ido se encontrar com um Deputado em um bordel. Em meio a essa discussão ardente entre o tio e a sobrinha, esse diz que matou a mãe dela com veneno, e que todos pensam que ela se matou, mas é mentirá, ela a tinha matado pois ela tinha um amante, o traindo, e mesmo com um amante o rejeito, logo ele que a amava.  Ele diz que criou Glorinha para ser dele, mas que agora ela era imunda e devia morrer como a mãe. Ele pergunta se ela o odeio se tem nojo dele, a ameaçando para dizer que sim.
Tio Raul – Tu me odeias?
Glorinha – Não
Tio Raul – Não, odeias o assassino da tua mãe?
Glorinha – Não.
Tio Raul – Mentirosa.
Glorinha – Pois odeio, pronto odeio. (RODRIGUES,2003.p.819)

            Depois ela relata o ocorrido de Madame Luba, que tinha sentido nojo que ele era gagá. O tio diz que ela mente, então ela diz que tinha gostado que ele era novo, que parecia com o tio, era bonito e forte como ele, e falou em voz baixa que tinha pensado tanto no tio durante o incidente. Ao final o tio diz está satisfeito e pergunta a ela se ela não deseja dizer mais nada. Ela disse que só falou o que o tio mandou, mas a verdade é que o deputado era velho e tinha nojo dele, mas do tio ela gostava e não tinha nojo. Ela pede que antes de morrer que o tio a beije, ele beija sua testa ela pede que beije sua boca. Eles se beijam fortemente. O tio pergunta se o beijo foi só por medo para que ele não a mete. Porém Glorinha afirma que o ama, só a ele e sempre e que morrer com ele. Glorinha faz o tio tomar o veneno e faz de conta que tomou também. De repente ela passa a ver-lo como um velho, parecia com o deputado, ela tem nojo. Ela termina a peça correndo para sair da casa.
            Por meio desses diálogos podemos observar a questão da ambivalência do adolescente, frente a esse pai amado e odiado, do retorno do Édipo.  Porém agora o corpo biologicamente pode atuar o desejo edipiano, contudo devido ao recalque esse não se realiza, ocorrendo um deslocamento desse objeto de amor. Assim Glorinha ao seu modo efetua essa castração e resolução do complexo de Édipo, mesmo que essa tenha sido em uma passagem ao ato de matar esse pai.







terça-feira, 30 de outubro de 2012

Psicologia da Aprendizagem (Ato de ensino)

Ato de ensino: um entrelaçar entre psicanálise e educação.



            Ato, no paradigma da clínica psicanalítica, é o nome dado as intervenções do analista no processo de analise junto ao analisando. Quando fazemos esse elo entre psicanálise e educação, propomos buscar no ensino um ato, ou seja, fazer com que o sujeito (aluno) possa formular seu próprio saber, libertando-o do saber do Outro. A função do professore nessa abordagem não é apenas de repasse de informações, mas de construir um ato de ensino, com o qual possibilita ao seus alunos produzir um saber transformador e ético com seus desejos.

Segundo Sordi (2005), no campo psicanalítico a inteligência é definida não só apenas como uma capacidade de operar a realidade para auto-conservação, mas de criar uma realidade por meio dos seus próprios recursos: simbólico e imaginário. Assim o homem inteligente é aquele que tem compreensão de sua existência e vai a procura do seu próprio saber.

O sujeito:

Sujeito desejante, barrado, dividido.

O mundo:

*Três dimensões:

 real-simbolico-imaginario.

*Realidade do sujeito:

É eminentemente de linguagem e sexualizando. (simbólico e imaginário)



Ensino aprendizagem:

Ao inserir os conceitos psicanalíticos na educação acerca do inconsciente, coloca-se o pressuposto, no campo educativo, da existência de um saber que o Eu nada sabe do mesmo, ou seja, um saber que não pode ser controlado. Ou melhor, afirma-se que existe um saber que não se saber, mas se sabe.

Entre informar e transmitir existe uma grande diferença. Mendonça Filho (1998)

 coloca que ao contrario de informar, a transmissão não se prende a um saber consciente, assim transmissão não pode ser entendida como um diálogo que se realiza plenamente entre o educador e educando. Desse modo, na transmissão as palavras não só são a expressão do que desejamos passar para o outro, como também a impossibilidade do aluno as compreender em suas totalidades. O Eu não conhecer outra realidade que não sua realidade interna, formulada dentro de seu campo relacional, ou seja, “apreendido a totalidade do objeto não passa de uma ilusão do Eu.”( p. 79)

      Garcia (1998) afirma que o educador lida com transmissão do saber e o aluno movido pelo desejo de saber, uma vez que ele não tem o saber, coloca o professor na posição de suposto saber, recalcando a impossibilidade de plenitude do saber do mestre. Por meio desse desejo ocorre uma relação identificatória do aluno para o professor, ou seja, uma transferência.

      Professor x Aluno:

Freud (1976) afirma que a relação professor aluno é marcada pela ambivalência (amor/ódio). Sendo muitas vezes substitutivos dos seus primeiros objetos amorosos (os pais). Mendonça Filho (1998) ressalta que a identidade do professor parte de dois pressupostos: ideal e real. Logo o ensino assim parte da premícia da relação da imagem ideal do professor para com a limitação do homem real. Ser professor é uma função.

      Barros (2008) ressalta a importância de se foca nesse professor e seu desejo de sustentar esse lugar de educador. Assim como o aluno, o professor é um sujeito dividido e permeado por um fantasma.  

Educação:

No campo da educação se colocam árduos jogos de força entre amor e ódio, entre a produção, criação e a destruição. É permeada por jogos de poder existentes na relação junto ao saber e sua transmissão. Educação é ética, respeitosa para com o outro e sobre tudo coerente, não anulando as diferenças para se massificar e alienar em um todo coeso e igual.

Referência Bibliográfica:

BARROS, J. B.  Psicologia da educação : ensino- professor. Porto : Livpsic,2008

FREUD, S.  Além do princípio do prazer. Rio de Janeiro : Imago, 1976.

                    Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar. Rio de Janeiro :Imago, 1976.

                    O ego e o Id.. Rio de Janeiro : Imago,1976.

LOPES, E. M. T. (org) A psicanálise escuta e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

MACIEL, M.R. Interface- Comunicação, Saúde, Educação v.9 n.17. Botucatu: MAR/AGO, 2005.

SORDI, R. O. A constituição da inteligência: uma abordagem psicanalítica. Psicologia: Reflexão e Crítica , 18. SET/DEZ de 2005.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Aula dia 03/010/2010 Desenvolvimento II

Caros Alunos infelizmente fui acometida de uma forta dor de cabeça, sendo impossível ministrar aulas hoje. Como combinando semana que vem não vai ter aula na segunda para vocês terminarem os trabalhos de vocês e na quarta feira irei receber os trabalho.

Passo para não fica batido o texto de hoje
vocês façam e entregem dia 11 a seguinte atividade por cada um dos grupos da sala.(na sala são 4 grupos)
qual é a perspectiva critica do autor Ozella sobre o conceito de adolescência.
 
Att,
Camila Guimarães
Duvidas questões entrem em contato por e-mail.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Psicologia do desenvolvimento II ( Filmes para 4 tema da avaliação)

Filmes para quem escolher o 4 tema da avaliação:

Sobre a sexualidade infantil :

Onde vivem os mostros:

Um dos melhores filme para trabalhar a questão do desenvolvimento infantil, conta a história de como uma criança ver sua mãe e irmãos. Trabalha as fases oral, anal e falica. A Relação mãe bebê como completude, tem a cena de ser devorado pela mãe. Fala da separação da criança com a mãe e agressividade. Complexo de édipo e castração.

Minha vida cor de rosa:

Conta a história de um menino que diz que é uma menina, brinca de boneca, usa cabelo grande e vestido. E tem toda uma teoria sobre a diferença sexual de ele ser assim diferente.
Também um filme maravilhoso que trabalha bem a questão do desenvolvimento psicosexual de Freud, relação familiar e sobre tudo desejos e complexo de Édipo. E o feminino

Sobre a sexualidade na puberdade:

La Luna:

Cantora americana de ópera viaja com seu filho adolescente Joe para uma longa turnê na Itália. Absorvida por seu trabalho, Caterina choca-se com a descoberta de que seu problemático e solitário filho está viciado em heroína. Seu desespero em ajudar a curar seu filho resulta numa relação incestuosa entre eles e, além disso, na possibilidade de um reencontro dele com seu pai verdadeiro, cuja existência ela sempre manteve em segredo.

Fala sobre complexo de Édipo e castração no menino. Além da Puberdade, crise de identidade, retorno das pulsões auto-eroticas.


O Arco:

Em um barco de pesca no mar, um homem de 60 anos tem criado uma menina desde que ela era um bebê. O combinado é que eles se casariam quando ela completasse 17 anos, e falta apenas um ano para isso. Eles vivem uma existência tranqüila e reclusa, rezando e alugando o barco para pescadores, até que suas vidas são alteradas com o embarque de um estudante adolescente. Nesse momento vem o aflorar a vergonha da moça junto com a descoberta da sexualidade e o desejo de liberdade. Presa entre o deve e o novo.

Varias questão da adolescência é trabalho nesse filme, muito bom, poético, além do complexo de Édipo e da relação incestuosa, que espiritualmente acontece em vias de fato. Recomendo muito esse filme.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

psicologia da aprendizagem aula IV: (Questionário:)

Prof: Camila Guimarães
Disciplina: psicologia da aprendizagem

Questionário:

1-O que significa o primado do objeto?
2-Qual a base do conhecimento? Em que ele consiste?
 3-O que é ciência?
4- Em poucas palavras explique o que é analise funcional do comportamento?
5-No modelo comportamental do ensino que elementos são valorizados e que elementos são desprezados?
6-Defina ensino para a abordagem comportamentalista?
 7-Defina a concepção de homem da abordagem comportamentalista?  Relacione a idéia de liberdade, ciência, auto-controle e seleção.
8- O que são contingências de reforço?

9- Explique porque a noção de mérito pessoal é incompatível com a psicologia comportamental?
10- O que preocupou Skinner e o que não o preocupou em relação ao processo de aprendizagem?
11- Explique a relação entre ontogênese e filogênese da inteligência? 
12-Qual o objetivo do sistema educacional?
13- Explique “o objetivo último da educação é que os indivíduos sejam os próprios dispensadores dos reforços que elicitam seus comportamento”(p. 28)
14- Qual a função da escola?
15- Qual a critica do Skinner fez à escola existente?

16- Defina a aprendizagem para os comportamentalistas. Use suas palavras.
17- O que é ensino?
18- O que dificulta o planejamento de situações adequadas de ensino-aprendizagem?
19- O que são e qual a importância dos comportamentos auto-gerados dentro do processo de ensino-aprendizagem?

20- Para analise do comportamento, apesar de não existir modelos, ou sistemas, idéias de instrução, alguns elementos devem ser sempre levados em consideração. Quais?
21- Para Skinner qualquer comportamento pode ter seu ensino planejado. Qual o único pré-requisito?
22- O que garante a aprendizagem?

23- Qual a responsabilidade do professor na abordagem?
24- Que aspecto da abordagem comportamental a leva a valorizar a individualização do ensino?
25- Por que a analise do comportamento enfatiza a individualização do ensino?
26- Ao invés de buscar explicar porque o aluno aprende, Skinner se preocupou com o que?
           
27- Qual o principio que caracteriza a instrução programada?
28- Qual a justificativa da avaliação no inicio e no final do processo de ensino-aprendizagem?
29- Explique: “a avaliação surgi como parte integrante das próprias condições para a  ocorrência da aprendizagem.” (p. 35)

 30- Aponte uma semelhança e uma diferença entre a abordagem tradicional e comportamental?
 

Psicologia da Aprendizagem Aula III (A influência da abordagem comportamental na educação)

Nota de aula: A influência da abordagem comportamental na educação.



Para Skinner a educação é uma agência que responde por estabelecer comportamentos que vão ser vantajosos para essa pessoa ou para outros em um momento futuro. Tem a função de controle de comportamentos dos indivíduos, além da aquisição de um repertório comportamental que garantirá sua sobrevivência e da cultura.

A instituição educacional deve fornecer uma formação que lhe garanta o acesso aos conhecimentos socialmente acumulados, além de aquisição dos comportamentos de autogoverno, capacitando a atuar em novas contingências com flexibilidade.

Skinner tem uma visão não mentalista de ensino, tendo assim uma concepção de manejo e planejamento de contingências.  Os problemas de aprendizagem não mais se focalizam em traços cognitivos do aluno, mas nas contingências ambientais em que ele está inserido.

Contributo da abordagem comportamental ao processo educacional:
·         Maior rigor e eficácia, ao definir os passos de intervenção.
·        Utilização de reforços na aquisição e extinção dos comportamentos. 
·        Os reforços positivos e negativos acompanham a ação,
·        Já a punição vem posterior a ação.
·        Modelagem é o ensino gradual da resposta desejada reforçando as sucessivas aproximações á conduta final.
·        Para Skinner os eventos privados não tem a dimensão de causa do comportamento humano.
·        O foco na abordagem comportamental é na interação do aluno com o meio ambiente.
·        A recompensa na escola com premiações deve ser usada com cautela, em princípio ajuda na aprendizagem, porém se utilizado de formas indevidas pode levar a obediência cega, diminuindo a criatividade e elevando um ambiente de competitividade, e graves frustrações se não alcançar essas premiações.  

Na visão comportamental: “Dizemos que uma criança tem hábitos de estudo adequados quando ela emite uma classe de respostas acadêmicas, que se repetem num dado contexto, de modo estável e que resultem num produto comportamental que torna possível medir o resultado do processo de aprendizagem” (HÜBNER e MARINOTTI,2004)
Intervenções na promoção dos hábitos adequados de estudo:
·        Fazer a atividade da escola primeiro e logo depois de seu termino fazer algo que goste muito
·        Fazer essas atividades escolares no mesmo local e hora do dia.
·        Dar intervalos entre uma etapa concluída da atividade e inicio de uma nova.
·        Fazer primeiro as mais difíceis tarefas .
·        Fazer um planejamento das atividades de rotina e estudo.
·        A criança deve partir do seu repertorio aprendido para aprender um novo comportamento, quando a criança efetua um produto dos comportamentos que fazem parte da classe de estudar adequadamente se teve fornecer reforços positivos e verbalizar desafios para essa criança de estimulo a esses comportamentos.
·        Pais e professores que focam o mal comportamento, os castigando e dando punições, os desvalorizando, como sendo eles culpados pelo baixo desempenho exclusivamente, favorece a construção de autoconceito negativo nessas crianças.
·        Facilidade de seguir regras quando a conseqüência é carinho, reforça a responsabilidade da criança. Estabelecer direitos e deveres.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Psicologia da Aprendizagem aula II: ( Piaget)

Nota de Aula Desenvolvimento de Piaget:

·        Qual o objetivo da Teoria de Piaget?
A grande preocupação da teoria é desvendar os mecanismos processuais do pensamento do homem, desde o início da sua vida até a idade adulta.

Piaget sustenta que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo, mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto.


·        O conceito de equilibração:
O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget, pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana, mas que pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido.

O equilíbrio é o norte que o organismo almeja mas que paradoxalmente nunca alcança, haja vista que no processo de interação podem ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o estado de equilíbrio do organismo, eliciando esforços para que a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo por novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos que apesar de distintos são indissociáveis e que se complementam: a assimilação e a acomodação.
·        A assimilação:
Consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência. Representa um processo contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de interpretação da realidade que o rodeia e, conseqüentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos experienciais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contato com o objeto do conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam deixando outras que não lhe são tão importantes, visando sempre a restabelecer a equilibração do organismo.
·        A acomodação:
Consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação representa "o momento da ação do objeto sobre o sujeito"  emergindo, portanto, como o elemento complementar das interações sujeito-objeto.  Em síntese, toda experiência é assimilada a uma estrutura de idéias já existentes (esquemas) podendo provocar uma transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação.

·        Estágios do desenvolvimento:

Esquema é uma forma específica de organizar o pensamento. Existe quatro Esquemas bases de Piaget. Todas as pessoas passam por esses estágios, aonde para chegar no estágio avançado é necessário passar pelo anterior. Para se alcançar um outro esquema ou estágio é preciso:
Assimilação – acomodação (ocorrendo entre eles um desequilíbrio)

Cada estágio tem um período básico para cada esquema (normal) com faixa etárias, essas não são fixas podendo ter uma folga de 2 anos, que a pessoas estarão dentro da normalidade. Só depois desses dois anos a mais é problemática a situação.


·        Desenvolvimento Cognitivo:

1-     Sensório motor: (0-2)
Reflexo-reação
Conservação do objeto
Olhar na direção do som

Nota:
Forma da criança pensar não é linguística, não é uma forma elaborada de raciocínio, sim física. Organizar o que cheira, sente e o motor. Percebe a realidade e agi fisicamente sobre a realidade. Não modifica muito o meio, posição passiva. Atua no reflexo e reação. Só entra no esquema o que ela percebe ou agi sobre a coisa. Se não ver o objeto (não encaixa no esquema) Olha na direção do objeto -> está aprendendo isso.

2-     Pré-operatório: (2-7)
Realismo nominal
Egocentrismo
Animismo
Conservação de sólido e líquido.
Seriação (5 anos)
Classificação (7 anos)

Notas:
Mais complexo. Operatório é no sentido de ação, pré-ação. Quando tudo aqui for alcançado vai está na operações concretas. Esse é o estágio pré-manipulatorio.
A linguagem é presa ao objeto. A palavra tem direção direta com a realidade, realidade ao nome das coisas, não crê que possa existir só no simbólico.

Egocentrismo (ela é o centro do mundo, sempre sua referencia)

Animismo ( alma) atribui vida a coisas que não tem. “A cadeira é má.”

Aprende a conservação do sólido e líquido: não percebe antes que a quantidade não muda com a modificação da forma. Não depende da forma. Aprende que se conserva a quantidade.

Não entende a seriação ( contar os números) só com 5 anos. Já a classificação com 7 anos, as coisas pertencem a grupos.

Ao aprender tudo isso a criança passa de estagio.  

3-     Operações concretas: (7-12)
Classes e subclasses
Relação

Notas:
A divisão de classes em outras pequenas classes se dá nesse nível. Fazer operações mentais sobre objetos, dês que esses sejam minimamente concertos. Trabalha com pasta e subpastas. Estabelece relações entre elas.
Tem de ter relação direta e concreta com a realidade, tem de visualizar.

4-     Operações formais: (12- …)
Raciocínio hipotético-dedutivo
Formas X conteúdo.

Notas:
A forma prevalece sobre o conteúdo. Não precisa do auxílio da realidade. Questiona a forma do argumento e não a veracidade dos fatos.
Ciência se encaixa aqui com o raciocínio hipotético-dedutivo Você pensa no se (hipótese) como se fosse verdade e não na realidade. Raciocínio sobre o raciocínio e não sobre a realidade.


·        Desenvolvimento Moral:

1-Anomia:
Ausência de lei, ocorre no sensório motor. Ocorre também no egocentrismo não ver o ponto de vista do outro, porque não os ver.

2-Heteronomia:
Segue a lei do outro, não cria a lei, não produz, mas a segue. Ou seja, não entende o principio só as lei, por isso não produz. Para produzir a lei tem de está na fase de operações formais. Nesse estágio não ver o por trás da lei, o que a sustenta e regula.

3-Autonomia:
Você faz a lei. Ocorre nas operações formais, entende os princípios que regem as leis e você se regula e as cria.  Só 1/3 das pessoas chegam a pensar assim no ocidente. Na autonomia sabe fazer a regra, não precisa que lhe der regras.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Psicologia da Aprendizagem: ( aula I Abordagem Tradicional)

Nota de Aula:

Abordagem Tradicional



O fenômeno educativo: é humano, histórico e multidimensional.

Mizukami(1986) estuda esse fenômeno em uma perspectiva histórica critica.  Nessa visão histórica das abordagens educativas, devemos contextualizar e debater criticamente seus aspectos fundamentais que constituem suas teorias.

Em cada abordagem se prioriza alguns aspectos do processo de ensino-aprendizagem. Desse modo é importante se atentar para a relação entre primado do sujeito, do objeto e a interação sujeito-objeto.

Cada teoria do conhecimento tem uma visão sobre essas relações que influenciam as abordagens educacionais:

O Empirismo foca no primado do objeto.  O conhecimento é copia do ambiente, que o homem incorpora.  O homem é visto como uma tabula rasa. Aquisição do conhecimento é exógena.

O Nativismo foca no primado do sujeito.  O importante é o sujeito, pois é ele que conhece, apreende.  Aquisição do conhecimento é endógeno.

O Interassionista: o conhecimento é uma construção continua. Foco na interação sujeito meio. A aquisição do conhecimento não é endógena nem exógena.



Abordagem Tradicional:

Não existe uma teoria direta na qual se baseia, mas de uma pratica ao longo da história do ensino.  (empirista, exógena e primado do objeto)

Objetivo desse ensino é conduzir o aluno para entrar em contato com as grandes realizações da humanidade. O Professor é primordial nessa condução do saber.

Homem: Adulto é um homem acabado, pois possui o conhecimento, já a criança é um adulto em miniatura que precisa ser atualizado. É um receptor passivo.

Mundo: A realidade é algo que será transmitido ao sujeito.

Sociedade-cultura: Educação bancaria.

Conhecimento: Inteligência é memória, armazenamento de dados.

Educação: é instrução, ter informações. Educação é vertical hierárquica.

Escola: transmitir informações.

Ensino-aprendizagem: Alunos são conduzidos pelo professor.

Professor-aluno: A relação professor aluno é vertical.

Metodologia: ensino pela transmissão do patrimônio cultural.

Avaliação: é realizada predominante visando a exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula.



Referência:

MIZUKAMI, Maria das Graças. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986