domingo, 26 de abril de 2015

Psicologia da Aprendizagem ( Ato de ensino)


Ato de ensino: um entrelaçar entre psicanálise e educação.


            Ato, no paradigma da clínica psicanalítica, é o nome dado as intervenções do analista no processo de analise junto ao analisando. Quando fazemos esse elo entre psicanálise e educação, propomos buscar no ensino um ato, ou seja, fazer com que o sujeito (aluno) possa formular seu próprio saber, libertando-o do saber do Outro. A função do professore nessa abordagem não é apenas de repasse de informações, mas de construir um ato de ensino, com o qual possibilita ao seus alunos produzir um saber transformador e ético com seus desejos.

Segundo Sordi (2005), no campo psicanalítico a inteligência é definida não só apenas como uma capacidade de operar a realidade para auto-conservação, mas de criar uma realidade por meio dos seus próprios recursos: simbólico e imaginário. Assim o homem inteligente é aquele que tem compreensão de sua existência e vai a procura do seu próprio saber.

O sujeito:

Sujeito desejante, barrado, dividido.

O mundo:

*Três dimensões:

 real-simbolico-imaginario.

*Realidade do sujeito:

É eminentemente de linguagem e sexualizando. (simbólico e imaginário)



Ensino aprendizagem:

Ao inserir os conceitos psicanalíticos na educação acerca do inconsciente, coloca-se o pressuposto, no campo educativo, da existência de um saber que o Eu nada sabe do mesmo, ou seja, um saber que não pode ser controlado. Ou melhor, afirma-se que existe um saber que não se saber, mas se sabe.

Entre informar e transmitir existe uma grande diferença. Mendonça Filho (1998)  coloca que ao contrario de informar, a transmissão não se prende a um saber consciente, assim transmissão não pode ser entendida como um diálogo que se realiza plenamente entre o educador e educando. Desse modo, na transmissão as palavras não só são a expressão do que desejamos passar para o outro, como também a impossibilidade do aluno as compreender em suas totalidades. O Eu não conhecer outra realidade que não sua realidade interna, formulada dentro de seu campo relacional, ou seja, “apreendido a totalidade do objeto não passa de uma ilusão do Eu.”( p. 79)

      Garcia (1998) afirma que o educador lida com transmissão do saber e o aluno movido pelo desejo de saber, uma vez que ele não tem o saber, coloca o professor na posição de suposto saber, recalcando a impossibilidade de plenitude do saber do mestre. Por meio desse desejo ocorre uma relação identificatória do aluno para o professor, ou seja, uma transferência.

      Professor x Aluno:

Freud (1976) afirma que a relação professor aluno é marcada pela ambivalência (amor/ódio). Sendo muitas vezes substitutivos dos seus primeiros objetos amorosos (os pais). Mendonça Filho (1998) ressalta que a identidade do professor parte de dois pressupostos: ideal e real. Logo o ensino assim parte da premícia da relação da imagem ideal do professor para com a limitação do homem real. Ser professor é uma função.

      Barros (2008) ressalta a importância de se foca nesse professor e seu desejo de sustentar esse lugar de educador. Assim como o aluno, o professor é um sujeito dividido e permeado por um fantasma.  

Educação:

No campo da educação se colocam árduos jogos de força entre amor e ódio, entre a produção, criação e a destruição. É permeada por jogos de poder existentes na relação junto ao saber e sua transmissão. Educação é ética, respeitosa para com o outro e sobre tudo coerente, não anulando as diferenças para se massificar e alienar em um todo coeso e igual.

Referência Bibliográfica:

BARROS, J. B.  Psicologia da educação : ensino- professor. Porto : Livpsic,2008

FREUD, S.  Além do princípio do prazer. Rio de Janeiro : Imago, 1976.

                    Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar. Rio de Janeiro :Imago, 1976.

                    O ego e o Id.. Rio de Janeiro : Imago,1976.

LOPES, E. M. T. (org) A psicanálise escuta e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

MACIEL, M.R. Interface- Comunicação, Saúde, Educação v.9 n.17. Botucatu: MAR/AGO, 2005.

SORDI, R. O. A constituição da inteligência: uma abordagem psicanalítica. Psicologia: Reflexão e Crítica , 18. SET/DEZ de 2005.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Psicologia do Desenvolvimento ( Educação Fisica / Pedagogia) Aula desenvolvimento psicossexual

Nota de aula:
Complexos de Castração e Édipo.


Fase Oral:                                            
 “A boca enorme engole
E suga
E chupa até a raiz
Sente na garganta
Respira fundo
Língua aflita
Lambe.” (FARIA,1990)

Fase Anal:

“Pior que parar em porta de puteiro
É parar em cima de um bueiro
Eu não sei por que parei
Foi começando assim que eu me ferrei.”

(Keyla Boaventura e Kênya Boaventura)


 
“Eu não sabia seque que cidade era
aquela.[…]
E logo eu também estava
perdido.
Caminhei a esmo, era a
manhã de uma quarta-feira e eu podia
ver o oceano ao sul.[…]
A merda estava preste a escorrer
para fora de mim.
Segui em direção ao
mar.”
(Charles Bukowski)

Fase Genital:
“É o mesmo que antes
Ou que da outra vez
Ou da vez anterior a essa.
Eis um pau
E eis uma boceta
E eis um problema.
A cada vez
Você pensa
Bem eu aprendi desta vez.”
(Charles Bukowski)

Referência Bibliográfica:
BUKOWSKI, Charles. O amor é um cão dos diabos. Porto Alegre: L&PM, 2007.

FARIA, Álvaro Alves de. Lindas mulheres mortas. São Paulo: Traço, 1990.

Psicologia do desenvolvimento I ( Pedagogia) - Aula Pré-história da Criança

Nota de Aula:
Pré-história da Criança


O que é um filho?

“Um filho é, inicialmente, o desejo de um homem, o desejo de uma mulher e do encontro desses dois desejos nascerá um terceiro desejo, desejo de vida que vai encarnar no corpo do filho” (SZEJER ; STEWART. P.54)


A criança é construída enquanto sujeito (humanizada, com significações), antes mesmo do nascimento, no desejo de um  pai e uma mãe, desejos esses diferentes e muitas vezes conflitantes.  Esses desejos de ter um filho têm infinitas significações, as quais todas  incidem diretamente sobre o bebê, esse nasce carregando toda uma história antes mesmo do seu nascimento. Esses desejos é o que chamamos de banho de linguagem.
Esse banho não é consciente, mai inconsciente. Ele pre-existe antes do nascimento da crianças, e as vezes antes mesmo da concepção da criança.
A construção de um filho ( como significante, produzido por uma história, contexto, desejo, formador de um sujeito) não acontece pelo encontro de um ovulo e espermatozóide, mas antes de tudo pelo encontro de dois discurso carregado de significações de uma Mãe e de um Pai.
Desse modo: “A partir de todas essa palavras mais ou menos convergentes  e de todos esses não ditos, que se criam as bases das formações inconscientes, que se tornam depois conscientes, a partir das quais toda nova vida pode ser pensada.”( SZEJER ; STEWART. p.44)
Assim a criança já nasce carregando consigo fantasmas, histórias, mortos, e não ditos de seus pais, os quais a acompanharam ao longo da vida.
            Para se construir a pré-história de uma criança devemos nos fazer diversas indagações, e todas essas são pertinentes para se compreender a formação desse novo sujeito ( a criança).
Observar:
·         A história do casal e da família.
·         Tem irmão é  qual na seqüência?
·         Que criança deveria ser no imaginário dos pais?
·         Que filho os pais sonhavam em ter?
·         O filho é desejado ou negado?
·         Entre outras questões pertinentes.

Por pior que sejam os segredos devem ser ditos as crianças, mesmo sem os dizer sempre ecoam na criança. O dito tem o poder de estrutura a criança, acalenta e diminui a angustia do não saber, organiza assim um novo saber que irá acalmar a criança. Já o não-dito destrói, desorganizar, potencializa e gera angustia. É melhor dizer a criança as verdade que mascará-las.  
O desejo inconsciente é mais forte que todas as razões. Ele dilacera as razões, escapa e sempre é comunicado mesmo que silenciosamente, sendo constitutivo da historia de cada um.
Ter um filho implica em uma ambivalência. Para realizar esse desejo, implica na renuncia de outro. Nem sempre queremos pagar esse preço. A questão é qual desejo é maior!?

Referência:

SZEJER, Myruam; STEWART, Richard. Nove meses na Vida da Mulher. São Paulo: Casa do Psicólogo. P-43-81.