Nota de aula:
Transferência
Lugar
“O vazio do porta-retrato
Abre espaço para uma rosto
Desconhecido.
E eu reconheço a repetição do fato:
Ali será a vitrine
Do próximo amor
Recém-nascido.”(Claudia Schroeder)
Língua
“O meu amor não merece tantos erros de português
A conjugação errada
Do passado
Enquanto a regra aponta que é presente
Que entre nós o futuro
Nunca estará ausente.
Vivemos em gerúndio
Todo dia
Nos amando, quem diria.
Por isso, o meu amor não merece
A tristeza, a incerteza, a traição
Nem tantos outros erros meus
Como o excesso de vírgulas
Pontos finais
E o uso inniterrupto
Da palavra não.
O meu amor não merece tantos erros da minha língua
Quando ela deveria apenas
Permanecer
Dentro de sua boca.”(Claudia Schroeder)
Transferência é uma pratica do desencontro, aonde essa não se sustenta por uma relação igualitária de dois. Aonde se desliza algo na direção do profissional que advém de outro espaço e tempo do sujeito. Na transferência se refere inconscientemente a um objeto que reflete outro.
A dinâmica da transferência : (Freud)
Repetição relação mãe- bebê
“Uma parte daquele impulso que determina a vida erótica, passa por todo o desenvolvimento psíquico, esta na consciência, mas outro foi retido no curso no desenvolvimento afastado da consciência da personalidade, ficou todo no ICS, ou nas fantasias. “ Segundo Freud
O sujeito nunca poderá fugir ou se destituir completamente da relação com o outro.
O profissional tem de renunciar sua posição narcísica de receber o amor do outro, de saber a transferência é um erro de pessoa, renunciar seu gozo narcísico.
Tipos de Transferências:
positiva: amor transferencial, amor a falta.
negativa: agressiva ou erótica, não aceitação da falta.A dinâmica da transferência : (Lacan)
Transferência é um amor genuíno em busca de um objeto perdido.
O amor tem uma anulação do simbólico e aproximação com o imaginário. Busca retornar uma completude perdida. Uma saudade de uma unidade originária (Mãe-bebê), porem é impossível essa restauração.
Contra-Transferencia é algo de não analisável no profissional, seus próprios demônios, não é simples ou fácil se colocar nessa posição de objeto a, objeto que causa o outro.
Referência:
ROUDINESCO, Elisabeth e PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Rio de janeiro: Zahar,1998
SCHROEDER, Claudia. Leia-me toda. Porto Alegre: Dublinense,2010.
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