UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO
DE HUMANIDADESCURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: CLINICA PSICOSSOMÁTICA.
PROFESSORA: CAMILA GUIMARÃES
CRP 11-06163
Nota
de Aula:
O
corpo no medievo
“Cada entidade singular tem sua própria
história individual
e seus peculiaridades”
(Elias)
Segundo Rodrigues
(1999), na idade média não existia uma separação dos corpos, não existindo uma
dicotomia entre corpo e mente. Os quartos eram coletivos, e a parte mais
importante da casa era a sala onde se recebiam as visitas, acolhendo e dando
abrigo aos viajantes. Não existia uma diferenciação entre o público e o
privado, a vida acontecia nas ruas de forma coletiva. Podemos observar que
durante a idade média não existiam sepulturas individuais, os mortos eram
enterrado em uma vala comum. Desse modo, não era possível conceber um corpo
individual, privado no universo medieval, o corpo era social e público. Não tinha essa dimensão de intimidade, que só
surgiu com o capitalismo. Tudo era público, os corpos se comunicavam e não se
separavam, todos juntos comiam, se vestiam, dormiam e defecavam, postos que
toda ação é pública.
Na população medieval era
constante a troca de contatos e substâncias, de gestos em demasia, abraços e
beijos. O corpo era da desmesura, da liberdade de ação, da expansão, misturado
e compartilhado com outros corpos e animais. Existia uma grande proximidade
entre homens. Era um corpo de orifícios
e liberdade, de sons e gases. Era um corpo que falava e não era contido. Assim, segundos Rodrigues (1999), a ideia de indivíduo
e de privacidade é uma construção histórica.
REFERÊNCIAS:
ARIÉS, Philippe e CHARTIER, Roger.(1991) (org) História da vida privada: da renascença ao
século das luzes. (H, Feist trad) São Paulo: Companhia das letras.
CRESPO,
J. (1990) A história do corpo. Lisboa: Difel.
ELIAS,
N. (1994) A sociedade dos indivíduos. (V. Ribairo trad) Rio de Janiero: Jorge
Zahar.
RODRIGUES,
J. C.(1999) O corpo na história. Rio
de Janeiro: Fiocruz.
VIGARELLO, G.(2006) História da Beleza: o corpo e a arte de se
embelezar do renascimento aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Ediouro.
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