quarta-feira, 4 de abril de 2012

Psicologia Geral ( Aula III- Humanidade e Animalidade)

Resumo: Humanidade e Animalidade.
Autor: Tim Ingold



Um tema muito debatido na antropologia é a humanidade, porém é bastante complexo esse tema , logo difícil construir e definir uma ciência da humanidade. Dentro da tradição ocidental do pensamento os conceitos de humanidade e animalidade são cheios de ambigüidades, cheio de preconceitos cognitivos e afetivos e estereótipos.


Cada geração e sociedade recriam e fundamentam sua concepção própria de animalidade como sendo aquilo que se opõem ao que somente nos humanos temos, como a linguagem, a razão, a cognição e a consciência moral.
 

O autor divide seu estudo em três pontos, o primeiro acerca da definição do homem como espécie animal , fundamentado na biologia. No segundo momento trás o conceito de ser humano como condição oposta ao de animal, essa condição é a própria existência humana. O terceiro ponto é mostrado que por meio das duas noções de humanidade seja biológica como espécie ou como condição deu uma concepção de singularidade humana.


O autor começa a se questionar o que é o ser humano, e para isso ele trás a discursão sobre a espécie humana por meio de um relato da existência de homens com cauda em uma ilha. No ano de 1647 chega e essa ilha, tal fato é relatado por Köping. 
 

Monboddo rompe com a crença tradicional que todos os homens são iguais na terra ignorando a multiplicidade desses.  O gênero humano não é fixo e imutável, é sim variável em diversos aspectos como históricos e geográficos.  E essa diversidade e variabilidade são próprias da espécie animal, própria da natureza viva. A teoria de Darwin da embasamento para essa rejeição de uma noção de uma forma essencial de humanidade. A humanidade se apresenta como um campo continuo de variável, de um conjunto sutilmente graduado de diferenças. Assim os indivíduos todos pertencem a espécie Homo sapiens em uma grau de variabilidade. Assim mesmo partindo duma mesma quantidade cromossômica o material genético é diverso, logo todo organismo como diz o autor é uma inovação pela gama de uma variação imensa de possibilidade de combinações desse material.
 

O outro ponto do autor é a condição do ser humano , o que significa ser humano.  Se pergunta o que distancia o homem dos animais é se perguntar o que é a humanidade, que não é mais uma mera parte do reino animal não é visto como uma espécie da animalidade, estar em um nível mais elaborado de existência que o animal. Humanidade não é mais um conceito que significa o conjunto dos seres humanos da espécie Homo sapiens, para ser a condição do ser, que se opõem ao conceito de animalidade, onde a relação entre humano e animal não é como no biológico inclusiva para ser exclusiva.


Para Buffon em 1749, existia uma grande separação entre o ser humano do macaco, pois o primeiro é dotado de pensamento e fala e o segundo não. Defendendo que isso se dava pro uma intervenção divina. Para Monboddo essa separação fora sendo conquistadas por um longo processo que se completou quando emergiu a razão e o intelecto, em especial a faculdade da linguagem só por meio disso se atingia a condição humana de existir. Correlacionando o processo de maturação do ser humano para a passagem da humanidade com o estado de selvagem para civilizado, permanecendo a tradição do pensamento europeu ocidental.


O oposto desse conceito a animalidade é retratada como qualidade de vida no estado de natureza, de serem em estado cru, permeado pela paixão bruta e natural em vez da deliberação racional, sendo ainda livres de regulações de costumes e pressões morais.


A oposição humanidade e animalidade é estendida a idéia de cultura e natureza. Impreguinados pela concepção dualista se tem que os seres humanos são constitucionalmente divididos na condição da animalidade e na condição da moral da humanidade.

 O autor coloca duas definições de natureza, uma como parte essencial de um ser, ou seja, todas essas coisas essenciais devem ser possuídas. Assim seria um mínimo denominador comum da espécie que é universal a todos.  No segundo significado natureza serio o conceito de mundo material, o que se opõe ao de cultura, sendo uma realidade externa.

Para Buffon o que distingue os homens dos outros animais é uma faculdade espiritual e não um aspecto do corpo, o aspecto essencial dos seres humanos é sua humanidade

             Os etólogos e sociobiologos ainda identificam a natureza humana com o que temos de mais animal, acreditando que por meio de estudo do comportamento animal chegamos a entender coisas importantes sobre o ser humano, tirando pro meio desses estudos comparativos definições da condição humana. Antropólogos vêm estudando a natureza humana da natureza humana, quebrando com esses estudos e o caráter divino da condição humana, com estudos dos seres humanos no plano moral , cultural se opondo ao natural quanto físico.

 Assim torna-se humano é ser diferente de todos os seres humanos. A animalidade estaria nessa uniformidade, na não diferenciação.

 Temos dois conceitos o de ser humano como pertencente a uma espécie e o de ser humano é existir como pessoa. No primeiro vem do referencial biológico, já o segundo da condição moral. Porém a ambigüidade se dar por usarmos a denominação humana pros dois sentidos.

3 comentários:

  1. Seu resumo sobre o artigo de Tim Ingold, esclareceu muito sobre o conceito humanidade e animalidade.

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    1. Que bom que lhe ajudou de alguma forma. A intenção é essa facilitar a aprendizagem. Att

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  2. Seu resumo me ajudou muito para compreender melhor o artigo.
    Obrigada :)

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