sábado, 28 de março de 2015

Oficina II ( Manhã e Tarde) Aula I subjetividade na atualidade


Nota de aula:
Práticas psicanalíticas e os processos de subjetivação da sociedade contemporânea.

        Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos.
        Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
        Vamos lá, tudo bem - eu só quero me divertir.
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal p'rá ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas possam se encontrar.
        Quando me vi tendo de viver comigo apenas
E com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
        Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo, eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir.
        Comparamos nossas vidas
E mesmo assim, não tenho pena de ninguém.
         (Renato Russo)
         
        Sociedade contemporânea:
Através de Deleuze (1992) é possível se pensar a contemporaneidade não como uma rompimento do poder disciplinar, mas como transformação e refinamento do mesmo na sociedade de controle e seus novos arranjos de poder. Na qual os muros das instituições caíram. O que não diminuiu em nada o poder e o domínio, apenas as técnicas se reatualizaram. A disciplina vem do paradigma moderno e industrial e o controle da pós modernidade e da empresa. Temos agora de pensar nos dispositivos de gozo.
Danziato (2010) apresenta a reflexão da possibilidade de mudança da relação do sujeito com o corpo e com o sexo com essas mudanças de investimento político, gerando uma economia de gozo do corpo. As consequências na subjetivação atual da contemporaneidade é uma intensificação desse gozo do corpo, em uma capitalização do mais de gozar, esse resto de gozo, esse pedaço de real.  Ideia retirada do paradigma lacaniano da relação da mais valia com o mais de gozar.
Discurso do Capitalismo: imperativo do mais de gozar
Mal- Estar na Atualidade:
Birman (2002) fala em sua obra que hoje temos novas formas de subjetivações, que inscreve um novo campo no mal-estar na atualidade. Pensar no mal-estar na sociedade é buscar os destinos do desejo, formatado na crise entre a pulsão singular e o processor civilizador geral. A sociedade tem em si mesmo uma condição trágica em sua formação. Nessa crise, necessária para a fundação da sociedade, é a repressão de pulsões. O discurso da ciência vem no lugar da fala dos deuses, ou seja, hoje temos uma supremacia da racionalidade e um esvaziamento dos deuses.
Psicanálise:
O discurso da psicanálise é a divisão do sujeito, não se busca a felicidade ou satisfação plena. Não há um condicionamento do sujeito. Discurso esse que vem se contrapor ao discurso predominante da sociedade contemporânea que é o capitalista do bio-pode.  Foucault afirma que a subjetivação é inibida e produzida pela historicidade.
Ética do desejo e aceitação da falta como fundante da estrutura. A impossibilidade de apreender toda a verdade. Universo do não-todo.
Referência:
        Birman. J. (2002) Mal-estar na atualidade: A psicanálise e as novas formas de subjetivação.  Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
        Deleuze, G. (1992) Post-scriptum sobre a sociedade de controle. In: Conversações. Rio de Janeiro: ed 34.
        Danziato, L. (2010) O dispositivo de Gozo na Sociedade do controle. Revista Psicologia e sociedade.



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